Livre arbítrio


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Liberdade de escolha foi algo que passei a respeitar desde bem cedo. A partir do momento que aprendi a andar sob as minhas próprias pernas percebi que tudo o que chegaria até mim seriam consequencias unicamente de meus atos e mais ninguém além de mim poderia arcar com elas. É por esse motivo que nada do que faço é desprovido de um pesar. Analiso muito bem onde piso sem precisar de repressões ou puxões de orelha. Sou articulada o suficiente pra romper com os "fios de nylon" que a sociedade insiste em prender em nossas mãos e pés, tornando-nos marionetes. E assim vou traçando minha vida, conciliando responsabilidades e momentos voltados ao que gosto de fazer. E os gostos particulares são tão diferentes, não é?! Exercer essas distinções sem temores diante dos olhares sociais é o que se convencionou chamar de "liberdade". Eu optei por entrar ou não em uma universidade; eu optei por um curso; eu optei por levar a sério ou não esse curso; eu optei pelas minhas companhias; eu optei por namorar ou não; eu optei por alguns estilos musicais; eu optei me especializar em alguma vertente artística; eu optei por me especializar em alguma vertente acadêmica; eu optei por integrar ou não um grupo voluntário; eu optei por ter ou não uma religião; eu optei por gostar ou não de futebol; eu optei por ser ou não vegetariana; eu optei por ir à balada ou reunir poucos amigos pra tocar violão; eu optei por morar fora ou não; eu optei pelas minhas crenças; eu optei pelas minhas roupas; eu optei por alguns posicionamentos políticos; eu optei por algumas viagens; eu optei por comprar livros ou joias; eu optei por dançar balé ou funk; eu optei pelo respeito ou desrespeito à vida alheia; eu optei por uma peça de teatro ou uma festa rave. Cada escolha implica uma renúncia. Todos os dias somos bombardeados de opções que só dizem respeito a nós mesmos. Opiniões são sempre muitíssimo bem vindas, desde que desprovidas de preconceitos ou apontamentos e, certamente, a partir do momento em que o outro se dispõe a compreender e aceitar um mundo distinto do que vive. Tenho sérios problemas com julgamentos alheios, bem como com qualquer tipo de imposição. Em contrapartida, também admito que não é difícil me ofender quanto a isso: basta uma riso em tom de escárnio pra me deixar arisca e querer defender meu espaço. E, pois é, pra alguém que vive em um campus de HUMANAS, pesquisa escravidão, faz teatro e respira MPB, não poderia ser diferente mesmo. Minha percepção com indiretas é extremamente aguçada. O mundo é plural e a intolerância com as escolhas alheias em pleno século XXI é puro retrocesso!

Karina Moraes
19/11/2012
 

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