Archive for abril 2011

Contato segundo


.

Pistas escorregadias. Realidade que cega. Sono sem sonhos.

Como faróis altos e retinas ofuscadas, como decisiva perda momentânea de controle, como pés que não alcançam o próximo degrau da escada. Nada é linear. Há curvas, há declínios, há deslizes. Há vida! Há vida, e há ruptura de ciclos vitais. Erros, humanos, pequenos. Pequenos humanos. Falhas tão banais, determinantes. O desconhecido que espera em cada esquina, o futuro que outrora riu, nes'tante chora, arde. C a r d i o c o n g e l a n t e. Há público. Sim, há platéia também! Mesmo que distante, com binóculos pendurados no pescoço. Vibra nas conquistas, dilacera-se nos infortúnios. Eternas highways. Faixas de chegada, término, onde nem sempre presumíamos que estivessem. Percursos interrompidos, questionamentos, gritam sílabas agonizantes, choram sussurros isentos de lágrimas.

Enxergar a distância, abraçar na ausência, conversar em silêncio, confessar em pensamento. Confortar. Confortar-se. Gritar para dentro, trazer à lucidez o doce gosto da presença física. Contar coisas na escuridão. Eufóricos planos nunca concretizados.

E pela segunda vez, a mesma despedida: "BRILHA ONDE ESTIVER!"

/Karina Moraes
(06.04.2011)

Twitter @kollim

    Siga-me no Twitter