Archive for maio 2011

Moments


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Revoltar-se contra o pijama e deixá-lo repousar fora do corpo; almejar usar qualquer adereço que interfira positivamente na auto-estima; sentir-se inquestionavelmente atraente; contar os trocados no bolso; abrir a janela e confessar-se com a lua: Preciso do hoje, do agora, olhar e ser olhada, dividir momentos com as estrelas, ser um pouco estrela também. Três mulheres que resolvem unir o tédio comum e embalar-se por uma noite metropolitana de sábado, filosofar com bêbados, adentrar terrenos estranhos, fazer ligações aleatórias durante a madrugada. Rir sem motivos, consciente que não é preciso de motivos para rir. Permitir-se rir. E rir com os cachorros da rua, e rir da rua, e rir de tudo o que há nela, e rir de tudo o que está alheio a ela. Comediar a situação, amanhecer gargalhando de reminiscências passadas. Abster-se de ressaca moral. Divertir-se com a nostalgia das besteiras de outrora. Comungar insanidades particulares... Eis a brusca mudança de rotina que percorre quilômetros de estrada, que se inicia no interior rumo a uma capital de estranhas e distintas sensações.
Mais uma vez o questionamento: qual foi a última vez que você fez algo pela primeira vez? Dessas três mulheres foi em um sábado a noite, nada qualquer.


/Karina Moraes
(21.05.2011)

Efemeridade


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E se a vida não passar de um suspiro? Quantas frases, ou palavras por dizer, cabem num suspiro? Há tempo para se pronunciar repetidamente uma mesma palavra? O que é a efemeridade senão a vida de uma borboleta? Tão curto espaço de tempo, todavia o suficiente pra desenvolver um ciclo, uma vida inteira. Um suspiro poderia, então, resumir toda uma história? *Pausa para refletir* Veja, um suspiro poderia então resumir toda uma história! A conjunção condicional pra esse desfecho uniria um único adendo: basta adequarmos esse suspiro a uma intensidade que valha a pena, a pena que vale um ciclo.

/Karina Moraes
(08.05.2011)

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