Archive for dezembro 2011

2011!


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2011? Pesado, difícil, forte, bonito, intenso!

Hoje digo com clareza que jamais poderia imaginar o que me reservava esse ano. No início até ousei arriscar palpites, não um, mas vários! Surgia cada vez mais hipóteses de como se daria o depois, e eu me encontrei mergulhada em um turbilhão de dúvidas e confusões. Havia uma bifurcação no meio da minha estrada, sem placas, sem sinalizações, sendo necessário e urgente optar por um caminho. Estacionar, optar por não optar, também era uma opção!

A escolha que fiz, em meio a ápices de risos e lágrimas, ainda me provoca temor, no entanto em nenhum momento sofri a dor do arrependimento, o maior dos monstros e do qual mais temia! Nesse ano eu me apresentei ao mundo e ele se apresentou a mim! Tive que me adaptar a acordar todos os dias sem a voz da minha mãe me apressando com os horários, sem os pães comprados e o almoço pronto. Sair na calçada e não reconhecer as ruas e casas que se dispunham diante de mim. Tive que me adaptar com o ar (incomparavelmente mais poluído!), com o caos do trânsito, com a "querida" Dutra e Senna! Tive que me adaptar à pessoas, ora muito iguais, ora muito distintas de mim.

A absurda carga de leitura e avaliações a que me submeti cumprir e levar adiante, logo deu um jeitinho de me mostrar que daqui pra frente, não raro, as noites se tornariam dia. Que isso ocorreria de forma cada vez mais frequente, que de tão habitual, a partir de determinado momento isso me seria imperceptível... e que em um momento posterior, o café seria o maior aliado! Que em alguns momentos, o sono é luxo!

Percebi que teria sérios problemas com horários de alimentação, que eu engordaria e emagreceria em curtos prazos de tempo. Que eu choraria por saudade, que eu choraria por medo, que eu choraria por pressão, que eu choraria no banheiro, que eu choraria no telefone, que eu choraria em alguns ombros, que eu choraria sem saber o motivo. Que notícias fortes me abalariam profundamente e me fariam querer voltar pra casa naquele mesmo instante. Percebi que a vida é um constante jogo de renúncias, que mesmo as pequenas conquistas exigem abrir mão de tantas coisas. E que se eu estou disposta a viver dessa forma, as grandes metas são possíveis SIM!

Percebi também que o meu choro seria muito mais sincero e minha felicidade, muito mais intensa. Que a convivência com determinadas pessoas me conferiria a certeza de carregá-las comigo pro resto da vida. Que se faz colegas por anos e que se faz irmãos em apenas alguns meses. Que eu posso ser muito boa em algumas coisas, e em outras nem tanto. Que não é possível ser bom em tudo, que em alguns momentos eu seria apenas um número, em outros eu seria o meu nome e meu sobrenome! Percebi que hoje sei viver muito mais, sei quando posso largar a responsabilidade um pouquinho de lado, pra curtir e falar besteiras. Sei, com mais clareza que nunca, que a vida cobra sério. Percebi que um ano voa, mas que eu voei junto com ele e foi justamente nele que eu aprendi a alçar vôo, mas a voar com os pés no chão!

Percebi muitas coisas... percebi que eu quero mais!

/ Karina Moraes

07/12/2012

Eu


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Romper de elos outrora considerados umbelicais. Desgarrar dói!

Caminhar, listar sonhos, rasgar a lista e redirecionar-se, se assim for preciso. Coragem!

Todos os dias nos é apresentado um novo calendário. Todos os dias nos são apresentadas margens para constituirmos um novo calendário! O homem está em constante redefinição de si mesmo. Redefine tempo, redefine fronteiras, redefine-se! Metamorfose do "eu", tão brusca a ponto de transformar por completo. Tão sutil a ponto de não se revelar nitidamente perceptível. Verdadeiras revoluções internas. Das inúmeras lembranças de distintas fases vividas, cada qual desenhando-nos à maneira do tempo e dos acontecimentos, nenhuma revela quem verdadeiramente somos nós. Daí da ausência de resquícios que possibilitem apontar um "eu" autêntico. Se é que ele existe. Se somos algo, somos muitos... que coexistem em um mesmo ser. Cada face desse plural apresenta uma característica singular, agregada em algum momento perdido no tempo. Esse turbilhão de tantas formas diferentes que podemos manifestar, nos torna mais autônomos em relação a nós mesmos, por não existir algo que de fato nos defina. Não nos limitamos, desaprendemos constantemente do compromisso em mostrar ao mundo o que somos... por não saber realmente o que somos.

Karina Moraes

04/12/2011

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