Archive for fevereiro 2012

Fixação


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Ser estranho com gosto de néctar. Com gosto de dúvida. Com gosto de veludo. Com gosto de querer. Que me olha. E me olha antes que eu tenha tempo de disfarçar a reciprocidade. Não é minha lentidão em curvar o pescoço na direção contrária mas o momento que, fugaz, se faz hipnótico. Quantas vontades guardam um olhar. Quantas certezas guardam a ressaca da beleza no amanhecer. Segurança tanta que paradoxalmente se esvai ao longo do dia seguinte. Na ausência. Suco de descrença no timbre da voz, no pronunciar que há pouco se fez tão doce e querido. Que nos ápices que alternam ternura e indiferença, me leva a embriaguez. Sem me enraivecer. Por te gostar tanto...

Karina Moraes

02/2012

Que me faz


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Eu sou mesmo os tantos, tantos ontens que me compõem.

As tantas luas que vi amanhecer sol.

As canetas sem tampa e as borrachas usadas nas escritas a lápis.

O joelho com Gelol.

O mínimo e o ápice.

Os poetas que me acompanham.

A soma das quantas decisões.

As escolhas que em mim se emaranham.

A conseqüência de uso dos sinais verdes, amarelos e vermelhos

...das curvas, dos semáforos.

Sou o que fiz, o que faço e o que refaço de mim.

Karina Moraes

13/02/2012

Fora do ninho.


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É o cinzento do céu que cobre o egoísmo dos escapamentos e a ganância das chaminés que nos traz galáxia à lucidez, via-láctea. Caminho de leite celeste dos bilhões de vagalumes que um dia apelidaram de estrelas.

Ora, como ousam fumaças me roubarem estrelas?!

Um dia nos disseram que lá, na selva de pedra, não havia aqueles pontinhos brilhantes na abóboda celeste. Pobre diabo este, se esqueceu do compromisso dos vagalumes: se o véu parece negro, é porque estão voando mais alto. Os dias que angustiam em penumbra se revelarão noites futuras de luz.

Êêê apêndice da Capitarrrr! Selva de pedra e pátio de leões. Estrelas tímidas em meio à cortina de neblina. O que restou dos populosos aldeamentos Guaiananes. Somos ainda seus índios Guarus... contraditoriamente de origens diversas. Somos rios que se encontram: Mogi, Embu e Ribeirão. E que deságuam mais fortes...

Em Guarulhos!

Karina Moraes

06/02/2012

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