Archive for julho 2010

H e d o n i s t a.


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Transporto em palavras sentimentos vividos, não existindo medo nem razão para ocultá-los, são partículas que dão essência àquele que sou hoje, paradoxalmente, ora triste, ora alegre, ora impassível e fleumático, ora incontrolável e efervescente... É a minha vida sem subterfúgios, afinal vale a pena cada respiração, independente da sua intensidade. Amar, ou julgar amar, fazer loucuras, ou julgar ser louco, sonhar e não ter medo de ser feliz. São células diversas e distintas em multiplicação sem a preocupação com julgamentos. Dou expansão ao coração, e faço o que me convém no instante em que EU determinar. Minha maior fonte de inspiração é a música incessante que ouço, tudo o que digo, tudo o que escrevo, é sempre ao som de bandolins, flautas ou baterias.



"Viver e não ter a vergonha de ser feliz. Cantar e cantar e cantar, a beleza de ser um eterno aprendiz"


21/07/2010




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"Gosto de gente, bichos, plantas, lugares,
chocolate, vinho, papos amenos, amizade, amor.
Acho que a poesia está contida nisso tudo."

Carlos Drummond

Sobre vida e morte [2]


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Vida e morte? Eu, que acho tão incrível viver, embora reconheça que seja bem difícil, acho estranho dizer, mas é real: algumas pessoas optam pelo segundo! Coragem ou covardia?

Difícil um argumento forte pra um posicionamento único. Eu diria que são os dois. Negar a vida é extremamente difícil, abusivo, ousado. Como animais, embora "sapiens", faz parte do nosso instinto a luta pela preservação da espécie, pela sobrevivência. Como racionais, faz parte de nós a vontade de desfrutar os prazeres carnais. Como animais racionais, é característica própria temer o desconhecido e optar pelo que oferece maior segurança.

O suicida é aquele que se encontra em um estado psíquico-depressivo que o faz ver a morte como algo sugestivo em resposta aos seus problemas e conseqüente acúmulo de más-expectativas. O homem vive em função de metas. São os objetivos, por menores que sejam, que o mantém vivo. No momento em que ele se vê sem o que se agarrar, a vida perde o sentido e já não há mais motivo pra continuar vivendo. Por não conseguir enxergar saídas. Seria então, uma forma de fuga e então covardia ou uma forma de coragem por admissão de sua "condição"?

Digo que são os dois, digo até mais, digo que é um ato, embora inconsciente, de egoísmo. Renegar a vida, renegar aos seus. Deixar lágrimas. Sem perceber.

Eu digo que é covardia, mas pra ser covarde é necessário ter muita coragem!

/Karina Moraes

Sobre vida e morte [1]


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A morte é um eterno enigma. O homem é fascinado pelo mistério mas teme o desconhecido. Medo: estado de alerta, fase de reconhecimento do perigo, logo, o desconhecido é algo periculoso, em suma, por apresentar risco. Ao analisar dessa forma, o mistério deixa de ser tão atraente e a segurança torna-se a melhor opção. O velho ditado "não trocar o certo pelo duvidoso" passa a ser válido, principalmente ao tratar de algumas decisões que são únicas, determinantes. Mas nem sempre é assim...

Direto ao ponto: e quando as opções são viver ou morrer?

Viver, embora não seja enigmático como o mistério da morte, também é demasiadamente arriscado. Todos os dias somos expostos a um exorbitante número "x" de desafios e essa exorbitância de variáveis se torna tão comum que muitas vezes nem nos damos conta por quantos obstáculos passamos ilesos. No entanto, vez ou outra esses obstáculos se revelam de forma mais explícita, nos deixando desorientados.

A vida é um constante teste de múltipla escolha onde cada uma delas pode ser irreversível. Em alguns momentos a vida nos arrasta pra caminhos escuros, pra mares nunca antes navegados, a angústia toma conta, o desespero ocupa lugar da sanidade. É hora de decidir: nadar contra a maré ou ser levado por ela? Buscar pelo firmamento dos pés em terra firme ou desistir e conhecer os segredos da profundeza das águas?

(continua...)

Tempo mestre.


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"Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio" (Heráclito)

Que estranha é a sensação daqueles íntimos momentos consigo mesmo, a face colada junto ao travesseiro, instantes antes do sono tomar conta e então adormecer. Instantes esses em que o encontro com o seu eu torna-se inevitável, por mais penoso que tal encontro se revele algumas vezes. São imagens, "flashes" de tudo o que se vive, tudo o que já se viveu, aperceber-se de como as coisas mudam e, principalmente, de como nós mudamos. *Pausa para um nostálgico suspiro* Perturba ao mesmo tempo que apraz saber da minha capacidade em ser diferente. Da capacidade do tempo em tornar as coisas diferentes. Confesso sentir um certo desconforto com o filme composto por vagas reminiscências (algumas nem tão vagas assim) que se formam em minha mente quando esta encontra-se vazia. Momentos propícios pra pensamentos soltos que não se traduzem em palavras. Vivenciamos fases, cada qual reagindo a sua maneira, conforme a interpretação de cada um em relação a passagem dos dias, dos meses, dos anos. O tempo age sobre nossa aparência, nossa voz, nossas opiniões, nosso modo de ser, de viver. A mudança é nossa única certeza, mas nos assustam, por não podermos adivinhar como elas virão fantasiadas a cada visita, nem o que trarão para somar à nossa bagagem.

Quantas Karinas eu já fui? Quantas Karinas há em mim?
/Karina Moraes.

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