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Hoje conheci um rosto! O rosto de um vizinho! Mas não era um vizinho qualquer... era um vizinho cujos pés eu já conhecia. E não era só os pés... dele, conhecia também sua cama e seu cobertor. Sim, os pés, a cama e o cobertor! Sem engano, os meus pés também eram conhecidos seus mas, acima dos tornozelos, não sei até onde os olhos daquele sujeito foram capazes de percorrer nos dias sempre corridos. Com o perdão das repetições, o que conto é mesmo isto, crê! Nos encontrávamos os dias todos, subsequentes, mas nada além dos pés um do outro conhecíamos. Hoje, veja bem, hoje descobri o rosto que aqueles pés carregavam! Sim, estavam lá, sem engano: uma boca cerrada, um nariz estampado no meio da cara, um par de sobrancelhas e enormes olhos arregalados. E eu vi essa composição in-tei-ra! Eu, com meu nariz estampado no meio da cara, meu par de sobrancelhas e a curiosidade pregada na retina dos olhos que se arregalaram... Fui descoberta! E fui descoberta por aquela criatura que se aninhava en/coberta. “-Tia, me paga um lanche?”
30/04/2015

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