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E o que eu queria mesmo era ver a pele envelhecer se enrugando na queda d'uma cachoeira. Fotografar algumas criações malucas (de autoria própria, dessas que ninguém decifra mas acha graça), talvez com galhos secos, papel e urucum e, por falta do que chamar, diriam se tratar de "arte contemporânea". A gente poderia, sei lá, inventar e reinventar o ócio, ressignificando o tempo a nossa maneira e bel prazer. Poderíamos nos despir do relógio, celular, calendário (e de tudo mais que fosse mania ocidental), não ter hora pra ir, nem prazos pra voltar. Experimentar sinestesias. E, se por ventura um dia nossas aventuras perdessem o motivo de ser, que livres aceitássemos sua ciclicidade, entendendo que nossos propósitos são também nossos próprios despropósitos.

Karina Morais
06/05/2014

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