Estranha recepção do desconhecido, que
se esvai em meus abstratos pensamentos... Afigura-se em um “querer”, mas sem tocar-lhe. Em um “desejar”, mas sem
procurar-lhe. Distancia-se em corpo, em copo de abstrações. Desgarra, provoca o
indagar. Revela-se em confusas conclusões, de fatores diversos em conjunto...
tão longe de agregarem sentido. Desfaz-se em palavras. Palavras apenas.
Pequenas, simples, aleatórias. E dóceis! Dócil demais pra conferir entendimento.
Apenas, apenas palavras. Desfaz-se em música... Em canções que não são as
minhas, mas que me compõem em seus instantes. Quantos turbilhões de devaneios
cabem nos breves momentos desfeitos em fugacidades? Decifra-me ou devoro-te?
Devoro-te na ânsia de lhe decifrar.
04/2012