Observadores


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Os passos são rápidos, apressados pelo atraso. Desaprendemos do trabalho de observação. Inação do “contemplar”. A vista percorre corredores: do metrô, do trabalho, do ônibus, da escola. E as paisagens não se formam. A mecanicidade dos ponteiros marcando as horas compõe angustiante e infindável melodia. Somos escravizados pelo relógio, diariamente! Tornamo-nos imperceptíveis por nós mesmos. Não apercebemo-nos. Não nos deixamos aperceber. Perdemos sorrisos, olhares. Perdemos sons, cores, perfumes e gestos. Cegos pela ânsia de chegar. Quão privilégio deveria reconhecer em si o desenhista, o fotógrafo e ofícios a estes assemelhados, movidos por aquilo que todos os outros permitem morrer com a maioridade: a arte de observar!
Karina Moraes
23/04/2012

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