De certo que pirâmides em
ruínas, reduzidas a escombros devido às intempéries do tempo, possuem mais
poesia que o momento de suas gloriosas edificações. Apercepções de devastações
assinalam a passagem do tempo, bem como suas marcas, incrustações reminiscentes
dos valores resultantes de outrora. Embora assolada, faz-se intermédio de
lembranças dos períodos de auge. Antíteses: revivências de um passado morto.
Eis que as histórias que nos compõem desmoronam-se em nós mesmos: nada que
possa ressurgir está definitivamente enterrado. Nenhum passado é morto, a
capacidade humana de LEMBRAR nos prova isso. Legitima a vivacidade de
fronteiras que jamais foram concretamente superadas, embora concluídas tantas
travessias. Revive! Aproxima o pretérito do presente num constante jogo de
evidências de antanho. Sensações ora amenizadas, ora vingadas no arrepio
tegumentar. Mas avante! Continuemos a caminhada, cientes da coexistência dos
desconcertos vitais de outros tempos junto a um olhar positivo rumo ao
infinito. Não é inteligente desprezar o passado. Mantenha-se, se direcione, a
calçada é longa e nem toda estrada é pavimentada.
/Karina Moraes
(05.07.2011)