Em novembro de 2010 completa-se o centenário da Revolta da Chibata, uma das poucas revoltas de caráter popular que atingiu seus objetivos no Brasil e que deve ser lembrado de forma a resgatar os valores defendidos por marinheiros, liderados por João Cândido, que lutaram por justiça, exigindo dignidade.
Embora declarada a Lei Áurea, abolindo a escravidão no Brasil, tenha sido assinada em 1888, o uso do açoite permaneceu, observado de forma explícita na Marinha de Guerra, em sua maioria negros, “justificado” pelos superiores como medida disciplinar, castigando-os de maneira humilhante. As injustiças eram realizadas diante de todos, sem negociação.
Em alguns episódios da história do Brasil, percebe-se a imensa coragem das camadas inferiores, manifestada em forma de revoltas no momento em que sua indignação em relação ao sistema é tão grande que chega a ser incontrolável manter-se na posição de submissos. A finalidade de revoltosos, como os da Revolta de Chibata e tantas outras, é única: mostrar ao “mundo” sua existência na condição de gente!
O governo, na maioria das vezes, usou a força das armas para colocar fim às rebeldias populares. Não era poupada a violência exercida sobre os escravos ou qualquer classe social não detentora de poder, logo, a insatisfação abrangia grande parcela da população. A causa era o abuso de poder pelas altas classes, a conseqüência não escolhia vítimas: homens, mulheres, crianças, idosos. Mortos.
A importância de que se relembre fatos históricos como a Revolta da Chibata, de 1910, é essencial para a construção do pensamento humano das gerações futuras pois constituem verdadeiras fontes de estudo e posterior reflexão, alertando e aguçando o questionamento do homem em relação ao que se vive e, principalmente, a como se vive, adotando o respeito de forma geral, sem exclusões, moldando a sociedade calcada no respeito e na tolerância.
/Karina Morais
20/08/2010
*escrito no primeiro ano do ensino médio (2008), devia ter 15 ou 16 anos. Hoje, lendo, me parece tão inocente, mas já previa o interesse que a história me despertaria nessa louca fase de vestibular :)
20/08/2010
*escrito no primeiro ano do ensino médio (2008), devia ter 15 ou 16 anos. Hoje, lendo, me parece tão inocente, mas já previa o interesse que a história me despertaria nessa louca fase de vestibular :)